Projeto IROKO

IROKO não é nome de árvore, mas o espírito que reside dentro da mesma chamada OLUWERE chefe de todos os espíritos, só habita esta árvore. Nem todas as árvores desta espécie são habitadas por espíritos.
  
Na ÁFRICA, sua morada é a árvore IROKO, nome científico chlorophora excelsa, que, por alguma razão, não existia no Brasil e, ao que parece, também não foi para cá transplantada. Guardião da cidade que protege o sagrado e representante da vida. É a árvore mais cultuada dentro da “Cultura Ioruba”. Não existe uma linhagem, os antigos identificam através de rezas, qual a que consta de moradia para o espírito. A sua presença é firmada através do IFÁ.

No BRASIL, IROKO é considerado um orixá e tratado como tal, principalmente nas casas tradicionais de nação KETU. É tido como orixá raro, ou seja, possui poucos filhos e raramente se vê IROKO manifestado.

Assim, como IROKO vive esse processo de fragmentações históricas, por não haver narrativas essas concretas, que justifiquem sua existência, é que usamos como exemplo para o processo de pesquisa como elo de identificação, que iremos realizar dentro das comunidades remanescentes de quilombos, tendo como foco as tradições da cultura afro-religiosas ainda existentes nos quilombos urbanos no município da cidade do Rio de Janeiro.

 O OBJETO DA PESQUISA


Esta pesquisa tem como objetivo resgatar a importância das tradições religiosas quilombola, que ao longo dos anos vem perdendo sua identidade.  Bem como conhecer a formação histórico/cultural de cada Quilombo existente dentro do município da cidade do Rio de janeiro, identificando qual tipo de manifestações religiosas ainda existem dentro cada um deles.
        
Ela parte do pressuposto de que em alguns Quilombos a religiosidade está em fase de fragmentação devido não haver uma continuidade passada através de informações orais originadas pelos mais antigos desses Quilombos.


 
MÉTODOS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS


O desenvolvimento desta pesquisa se dará a partir de levantamentos bibliográficos, pesquisa qualitativa e relatórios de trabalho de campo. As técnicas utilizadas serão observações assistemáticas e sistemáticas com relatório em diário de campo. A entrevista será semi-estruturada, obedecendo às diretrizes do roteiro que se encontra em anexo.
Segundo MINAYO (1991), a pesquisa qualitativa refere-se:

 

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. “Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis” (MINAYO 1993:21/22). 


Serão entrevistados idosos e se possível todos os membros de cada Quilombo. Os primeiros por terem uma bagagem de conhecimentos mais significativa referente à importância de manter viva esta religiosidade. 
Os demais por serem adultos e jovens e assim poderem transmitir o que eles pensam sobre a importância desse resgate religioso e o que querem para o futuro, seus anseios e perspectivas de vida.


“A abordagem dos entrevistados acontecerá no próprio campo de pesquisa.
         A interpretação se dará à luz do materialismo histórico-dialético e a
Partir da leitura dos autores Bastides (1971),
 Vinhas (2009), Souza (2009), Iyakemi (1996) entre outros.” 9999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999999

CAMPO E AMOSTRA
     
O trabalho de campo acontecerá nos Quilombos situados dentro do município da cidade do Rio de Janeiro juntamente com a equipe da Comissão Organizadora do Projeto IROKO.

Todas as entrevistas serão gravadas com a prévia autorização dos entrevistados, os mesmos serão convidados a participar como voluntários dentro das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos (Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde), representados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP, cujo Termo de Consentimento Esclarecido encontra-se em anexo.

As pessoas envolvidas serão os moradores das Comunidades Remanescentes dos Quilombos existentes dentro do município da cidade Rio de Janeiro. Para a identificação das entrevistas serão usados nomes do dialeto Ioruba, para manter o anonimato dos entrevistados.